sexta-feira, 4 de junho de 2010

Para o que der e vier







Não é frequente ouvir Dunga falando especificamente sobre um jogador. Trata-se de algo compreensível para um treinador que valoriza tanto a união do grupo e conseguiu fazer dessa uma das características mais marcantes da Seleção Brasileira.
No dia 11 de maio, porém, no início da entrevista coletiva que concedia após ter divulgado a lista com seus 23 escolhidos para defender o Brasil na Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010, Dunga fez menção específica – e das mais elogiosas e espontâneas - a um jogador, e justamente para ilustrar o espírito de entrega de seu grupo. O técnico contou sobre uma ocasião em que se aproximou de Daniel Alves na concentração. Dunga sabe muito bem do talento do jogador e sabe que, provavelmente, em qualquer outra equipe do mundo o baiano seria titular absoluto da lateral-direita – posição em que o Brasil tem Maicon. O treinador aproximou-se de Dani para falar sobre a possibilidade de utilizá-lo em outras posições. E a resposta do jogador do Barcelona, lembrada pelo treinador naquela entrevista, seguramente confirmou sua condição de curinga e homem de confiança no elenco brasileiro: “Professor, não se preocupe. Onde precisar jogar, eu jogo.”Não é de estranhar, então, que, apesar de não ser necessariamente um nome fixo entre os 11 titulares, Daniel Alves tem uma série de atuações marcantes com a Seleção, como a da semifinal da Copa das Confederações da FIFA 2009 – quando entrou em campo para ocupar a lateral-esquerda e marcou de falta o gol da vitória sobre a África do Sul – ou a da vitória por 4 a 2 sobre o Chile pelas eliminatórias, quando atuou como meio-campista e foi um dos melhores em campo.
“Estar na Seleção é sempre uma honra, independentemente da posição em que for atuar ou de quanto tempo tiver”, garante o lateral de 27 anos, que iniciou sua carreira no Bahia antes de ser contratado pelo Sevilla. “Meu objetivo é ajudar naquilo que for necessário e corresponder à confiança que o Dunga tem depositado em mim. E a melhor forma de fazer isso é simplesmente trabalhando.”Passo a passoA trajetória de Daniel até se tornar uma referência para a torcida brasileira não foi das mais habituais. Se por um lado desde cedo teve contato com a camisa amarela da Seleção - desde quando foi escolhido terceiro melhor jogador da Copa do Mundo Sub-20 da FIFA de 2003 -, o lateral também praticamente não teve oportunidade de cativar o público do País. Naquele mesmo ano, aos 19, deixou o Bahia após ter disputado algumas poucas partidas e se juntou ao Sevilla. O que se seguiu, então, foi um processo de crescimento mútuo: no mesmo compasso em que o clube andaluz firmava seu nome entre os grandes da Espanha, com direito a dois títulos da Copa da UEFA, o brasileiro via seu status crescer.Quando foi chamado para a Seleção principal pela primeira vez em outubro de 2006, já por Dunga, Daniel Alves já era uma estrela na Espanha, cobiçado pelos maiores clubes do mundo e tido Europa afora como um dos melhores do planeta em sua posição. Mas o reconhecimento definitivo e indiscutível diante do público brasileiro veio a partir de 2007, quando marcou um dos gols da marcante vitória brasileira sobre a Argentina por 3 a 0 na final da Copa América. “Foi sem dúvida o gol mais importante da minha carreira. Foi naquele momento e significou muito no futuro com a Seleção”, relembra o brasileiro, cuja fama só fez aumentar a partir de sua transferência para o Barcelona, em julho de 2008.Jogando ao lado de craques em um dos clubes mais badalados do mundo e se firmando como elemento decisivo de uma vencedora Seleção Brasileira, em 2009 Daniel Alves rompeu todas as barreiras que ainda o separavam do sucesso absoluto em seu país. “Tudo o que tem acontecido comigo, tanto no Barcelona quanto na Seleção, nos últimos tempos, é fantástico”, disse Daniel ao FIFA.com ainda antes do final da temporada, em que conquistou seu segundo título espanhol. “Agora começo a realizar um sonho, que é disputar uma Copa do Mundo, algo que está ao alcance de poucos jogadores. Quero aproveitar ao máximo e me dedicar ao grupo. Vamos juntar o melhor de cada um dos que estão dentro da equipe e buscar o objetivo, que é estar na grande final.”Brilho individual, cabeça voltada para o grupo, capacidade de jogar em diversas posições. Será que Dunga poderia querer mais de um camisa 13?




fonte: FIFA.com

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